Biografia - parte I
Nasceu em 3 de julho de 1926;
natural de Rodeio (SC, próximo a Blumenau). Seu pai, Giovanni Avancini, nasceu
dentro de um navio vindo da Itália (Nápoles), para o Brasil. Seu pai tem seu
nome traduzido para João, com o intuito de conseguir emprego. A mãe, Carlota
Trevisani Avancini, italiana, teve oito filhos, sendo que
Mário foi o terceiro que nasceu saudável, pois os dois primeiros morreram no
parto. Parte da família da mãe de Mario nasceu em Veneza.
Mário viveu em Rodeio uma
vida simples e miserável na lavoura, com plantação de arroz e trigo, além de
plantio de subsistência como repolho, batata e aipim. Aos seis anos, foi
mandado para a escola de padres da região, tendo ali seu primeiro contato com a
arte e livros de história da arte italiana, o que o fez conhecer as madonas.
Título não atribuido. Disponível em: <http://www.portaljoinville.com.br/v4/noticias/2010/03/museu-de-arte-promove-piquenique-comunitario-neste-domingo>.
Sabendo ler e escrever em
italiano, ao sair da escola de padres, costumava fazer esculturas de
barro criando muita afeição por elas, chorava quando seus irmãos mais velhos as
jogavam no rio. A partir daí, Avancini já sabia que um dia faria esculturas em
pedra, e estas não seriam destruídas.
Mário foi um garoto
melancólico e introspectivo em sua adolescência. Preferia “beliscar” a pedra e
fazer máscaras ao invés de passar o dia jogando bola ou caçando passarinhos.
Título não atribuído. Imagem retirada da exposição "Da interioridade do desejo: o erotismo em questão". Disponível em: <http://jwkielwagen.blogspot.com.br/2010/03/da-interioridade-do-desejo-o-erotismo.html>.
Em 1938, sua família migrou
para Camboriú, pois uma enchente destruiu a casa que seu pai havia construído. João
e Mário trabalharam então numa pedreira, como cortadores de pedra. Suas obras
eram feitas com argila e pedra; aprendeu a fazer o corte com o dono da pedreira
onde trabalhou em Camboriú.O
artista apreciava o exausto dia-a-dia na pedreira, gostava do pirão de farinha
de mandioca com carne seca que era seu almoço. O dono do local ensinou a Mário
como devia ser feito o corte da pedra.
Escultura encomendada pelo poeta Lindolf Bell, em homenagem ao dia das mães, localizada em Blumenau. Disponível em: <http://istoaiblumenau.blogspot.com.br/2012/05/eu-me-orgulho-maes-esquecidas-na-praca.html>.
Lá, conheceu Maria Silva,
sua futura esposa. Depois de dez anos
trabalhando nesta pedreira, em 1944 a família muda-se para São Francisco, com a
morte de dois irmãos de Mário. Primeiramente moraram em uma espécie de
república. Trabalharam novamente na pedreira, Pedreira das Frias, em que
construiu a escultura “O Pescador”. Essa obra de oito metros, caiu ao mar e
quebrou ao meio, fazendo com que o trabalho permanecesse embaixo da água até
hoje, em função de uma explosão com dinamite perto da obra.
Aprendeu muita da química e
técnica com Fritz Alt, de quem era aprendiz.
Quando o prefeito, João
Colin, viu sua escultura, ofereceu à Mário uma bolsa de estudos que acabou com
que fizesse com que Mário não aceitasse com medo de perder seu emprego.
Imagem extraída da reportagem "O poder da criação", do Jornal A Notícia. Disponível em: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2598859.xml&template=4187.dwt&edition=12813§ion=1186
Em 1946, Mário serve ao
exército. Lá, trabalhou como cozinheiro durante dois anos e meio. Quando saiu
do exército, casou-se com Maria, que sofria de hidropisia e tinha tumores pelo
corpo. Após três meses ficando de cama, deu a luz à primeira filha do casal:
Maria da Glória.
Dez anos depois, em 1956, muda-se para Joinville onde construiu sua casa e trabalhou como calceteiro da cidade – “Calcei o primeiro paralelepípedo no meio da rua Inácio Bastos, a primeira rua calçada da cidade”. Calçou muitas ruas importantes para a cidade, como a Rua dos Príncipes (no centro da cidade) e a João Colin (uma das principais vias da cidade), que afirma que calçou-a do começo ao fim. Nas horas vagas, dedicava-se aos trabalhos artísticos na pedra, trabalhando com Fritz Alt, mas não deixando de servir à prefeitura. Sofreu um acidente no trabalho, quando tombou de uma altura de 10 metros, fraturando a espinha dorsal, com aproximadamente 40 dias de internação no hospital e volta ao trabalho muito antes do tempo necessário.
Mário Avancini por Nany Keller. Imagem extraída de "Quem foi Mário Avancini", do jornal A Notícia. Disponível em: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a3431093.xml&template=4187.dwt&edition=17669§ion=1186
Referências
CUNHA, Sônia Regina Andreata Biss da. Mário Avancini: o Michelangelo brasileiro. Fundação Cultural de Joinville – Casa da Cultura. Escola de Artes Fritz Alt. Joinville, Novembro/2010.
MÁRIO Avancini, o fazedor de caminhos. Jornal A Notícia, Joinville, 9 mar. 2011. Caderno de aniversário do A Notícia, p. 29.
MAZZARO,
Rafaela. 20 anos de luto. Jornal A
Notícia, Joinville, 26 set.
2012. Anexo, Caderno de aniversário do A Notícia, p. 37.
______, Rafaela. Molde de
pedra, coração de ouro. Jornal A Notícia, Joinville, 10 mai. 2010. Anexo, p. 1.
SCHATZMANN, Gabriela. Mário
Avancini. História da Arte III. Professora Miriam Aparecida da Rocha. Joiville/
Dezembro 2009. Fundação Cultural de Joinville – Casa da Cultura. Escola de
Artes Fritz Alt.
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