quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Nova notícia sobre obra furtada de Fritz Alt

Notícia que saiu hoje (27/02/13) no jornal A Notícia:

Desde a última segunda-feira, a peça em bronze que retrata uma figura feminina de meia idade, com fisionomia serena tendo a frente do peito duas folhas de um tipo de planta não faz mais parte do acervo do Museu Casa Fritz Alt, em Joinville. A obra do artista alemão foi furtada e não há pistas do responsável pelo crime.

Gisela Regina Alt Santos, filha de Friz Alt, lembra que Yonne Aastrup, dona das formas esculpidas, frequentava muito a casa da família, era amiga de seu pai, artista e pintora. A modelo morou por alguns anos em Joinville, na rua Princesa Isabel, e depois mudou-se para Curitiba. Gisela, que acompanhou o processo de criação e produção da obra, recorda de quando a retratada vinha posar para o pai.

Na segunda-feira pela manhã, a herdeira ficou sabendo do furto pelo jornal.

— Eu fico muito triste, porque foi uma obra difícil de fazer, que ele acertou muito, talvez porque gostasse muito da amiga e também porque ficou bem feita — comenta.

O crítico de arte Walter Guerreiro, explica que a obra, feita em 1959, possui atributos de elevado valor artístico. As palmas, dispostas sobre a obra, são alegorias relativas à arte, colocadas provavelmente com o intuito de homenagear a artista. De acordo com Walter, esta é a única obra de Alt com este atributo. Outro destaque é que, para fazer o busto, o alemão utilizou a técnica da observação, com modelo vivo, ou seja, a artista posava para ele. Ao contrário da maioria dos bustos que ele fez, em que utilizava fotografias para criar a obra.

— Essa é uma das coisas que agrega o valor à obra, como a atitude da figura, que é muito interessante — comentou o crítico.

A obra, segundo Guerreiro, deve pesar em torno de dez quilos e possui 43 centímetros de altura, 28 de largura e 29 de profundidade. A qualidade da técnica utilizada por Fritz Alt permitia evitar a deformação da estrutura quando moldada em bronze, tendo espessuras muito finas, neste caso, máxima de 5 milímetros que, em valor comercial, se derretida, teria valor irrisório. São poucos escultores que conseguem deixar a forma com espessuras tão pequenas.

Sem sinais de arrombamento
O balanço é negativo: dois furtos registrados em menos de uma semana. As perdas do Museu Casa Fritz Alt iniciaram na última quinta-feira, com o desaparecimento de um computador. Na segunda-feira, a coordenação do museu notou a ausência do busto “Yonne Aastrup”, obra feita pelo artista alemão Fritz Alt.

O curioso é que não há sinal de arrombamento. A obra estava na sala de acervo técnico, mesmo local onde estava o computador onde são arquivados os documentos e livros e é feita a catalogação do acervo do artista. O ambiente não é aberto a visitação do público. De acordo com o diretor executivo da Fundação Cultural de Joinville, Joel Gehlen, esta é a sala de maior segurança do museu. Não há câmeras de segurança, mas existe um vigilante 24 horas.

— Na época da reforma do local, optamos por colocar um vigilante ao invés de câmeras, já que elas não impediriam nenhuma ação, ao contrário de ter um profissional no local — justifica Gehlen.

Segundo o diretor-executivo, o vigilante informou que não notou nenhuma movimentação estranha. A suspeita é de que a pessoa que cometeu o crime tenha entrado pelo telhado. Desde 2010, ano em que a estrutura do teto ficou comprometida após uma forte enxurrada, foi feita uma obra emergencial para sustentar o telhado e, para isso, foi retirada a forração.

Na sexta-feira, após o furto do computador, foi solicitado à secretaria de segurança um reforço nas outras unidades da fundação, como o Museu de Arte de Joinville, Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior, Estação da Memória e Museu Arqueológico de Sambaqui.

As medidas administrativas já foram tomadas, assim como registrado o boletim de ocorrência e acionado a Polícia Civil e a Polícia Militar para investigar o caso. Até o fechamento desta edição, não houve novidade na investigação.

Reforma

Desde 11 de março de 2010 o Museu Fritz Alt está fechado para visitação e, mais de uma vez, já foram definidos prazos para as obras serem iniciadas. Na época, a expectativa da então coordenadora do museu, Linda Suzana Poll, era de que, em dois anos, o local fosse reaberto.

Conforme reportagem do “Anexo” de 2 de abril de 2012, salvo a adequação das estacas que seguram de forma provisória a cobertura da construção da década de 1920 e a retirada de obras de Fritz Alt, não houve muitas mudanças no museu.

Em 2011, a Fundação Cultural de Joinville garantiu o repasse de cerca de R$ 225 mil do Ministério do Turismo, dos quais R$ 177 mil seriam para a recuperação do telhado e de parte do piso do imóvel tombado, que foi residência do artista Fritz Alt.

O edital de licitação para execução das obras foi lançado duas vezes, em setembro e outubro de 2011, e o prazo de inscrição encerrou-se sem nenhuma empresa interessada pelo trabalho. Atualmente, está com o Ippuj a tarefa de atualizar o orçamento para que a Prefeitura possa lançar valores mais atrativos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário